segunda-feira, 21 de maio de 2012

OMS: Hipertensão atinge 1 em cada 3 adultos em todo mundo


Já um em cada dez pessoas sofre de diabete, informa relatório da OMS

Hipertensão é mal que já afeta 1/3 da população mundial Hipertensão é mal que já afeta 1/3 da população mundial (ThinkStock)
Um em cada três adultos em todo o mundo sofre de hipertensão, revela um relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta quarta-feira. Já um em cada dez sofre de diabetes, informa o documento. "Este relatório oferece mais uma evidência do dramático aumento das condições que desencadeiam doenças de coração e outras doenças crônicas, particularmente nos países pobres e em desenvolvimento", disse a diretora geral da OMS, Margaret Chan.

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Margaret ressaltou que é preocupante o fatio de que, em alguns países africanos, metade da população adulta sofre de hipertensão. Justamente por isso a OMS quer chamar a atenção para "o  crescente impacto das doenças não contagiosas". Pela primeira vez o estudo estatístico inclui informação de 194 países sobre os altos níveis, em homens e mulheres, de pressão sanguínea e da taxa de glicose no sangue. O relatório informa que os diagnósticos e os tratamentos baratos destas doenças reduziram o problema nos países desenvolvidos.

A preocupação da organização é que, em lugares como a África, onde não são aplicadas estas medidas preventivas, a maior parte das pessoas com estas doenças não sabem que correm risco de vida em decorrência de um ataque no cardíaco ou um derrame. O relatório incluiu pela primeira vez dados sobre o diabetes. A OMS lembra que, se não for tratado, o problema pode causar doenças cardiovasculares, cegueira e falha renal.

A terceira grande preocupação é o excesso de peso, já que em todas as regiões do mundo, o número de obesos dobrou entre 1980 e 2008, informou Ties Boerma, diretor do Departamento de Estatísticas Sanitárias e Sistemas da Informação da OMS. "Hoje, cerca de 500 milhões de pessoas (12% da população mundial) são consideradas obesas", segundo Boerma.

O nível mais alto de obesidade foi registrado na região das Américas (26% dos adultos) e o mais baixo no Sudeste Asiático (3% dos adultos), sendo maior a proporção de mulheres obesas que a de homens, com o impacto que isto representa quanto ao risco de diabetes, problemas de coração e câncer. A conclusão é que as doenças não contagiosas são atualmente a causa de dois terços das mortes no mundo, e por isso a OMS trabalha em um marco de acompanhamento e uma série de metas voluntárias para prevenir e controlar o problema.

O relatório será um dos assuntos abordados na próxima Assembleia Mundial sobre a Saúde da OMS em Genebra (entre os dias 21 e 26 de maio), que também informará os avanços conquistados. Segundo a OMS, desde que há mais de uma década se estabeleceram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU, "foi possível um progresso substancial na redução da mortalidade infantil e maternal, em relação ao HIV, à tuberculose e à malária".

A desnutrição infantil é a causa subjacente de aproximadamente 35% das mortes de crianças menores de cinco anos, embora no caso dos países em desenvolvimento tenha sido detectada certa melhora: entre 1990 e 2010 a proporção de crianças dessas idades que apresentavam peso abaixo do recomendável passou de 29% para 18%. Já a mortalidade entre menores de cinco anos nas últimas duas décadas reduziu 35% de 88 mortes para cada mil nascidos vivos em 1990 (um total de 10 milhões de crianças) até 57 para cada mil (7,6 milhões) em 2010. "As reduções foram particularmente impactantes nas mortes por diarréias e por sarampo", destacou a organização.

Especialmente significativo é o dado sobre a África, onde acontece metade das mortes de menores de cinco anos, já que a taxa de redução passou de 1,5% (1990-2010) para 2,8% (2005-2010). O dado de redução é grande também no que se refere ao número de mortes maternais (de 543.000 em 1990 para 287.000 em 2010), mas a OMS indica que "a taxa de redução é apenas a metade do necessário para conseguir o objetivo relevante dos ODM".

(Com agência EFE)

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