sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Anticoncepcional gratuito pode reduzir número de abortos em até 80%

Em estudo americano, mulheres puderam optar pelo método contraceptivo que quisessem, como DIU, implantes, pílulas e adesivos

Cartela de pílula anticoncepcional
Cartela de pílula anticoncepcional: Método foi um dos oferecidos pelo estudo às participantes (Thinkstock)
Oferecer métodos contraceptivos de forma gratuita a mulheres com maior risco de ter uma gravidez indesejada diminui as taxas de aborto de forma significativa, concluiu uma nova pesquisa feita nos Estados Unidos. Entre as participantes desse estudo, que passaram a fazer uso de algum anticoncepcional escolhido por cada uma, a taxa de aborto em um período de dois anos foi quase 80% menor em relação à média nacional. Esses resultados foram publicados nesta semana no periódico Obstetrics & Gynecology.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Preventing Unintended Pregnancies by Providing No-Cost Contraception

Onde foi divulgada: periódico Obstetrics & Gynecology

Quem fez: Jeffrey Peipert, Tessa Madden, Jenifer Allsworth e Gina Secura

Instituição: Universidade de Washington em St. Louis, Estados Unidos

Dados de amostragem: 9.526 mulheres de 14 a 45 anos

Resultado: Oferecer métodos contraceptivos gratuitamente a mulheres que não desejam engravidar reduz as taxas de aborto em até 80% em um período de dois anos. A maior diminuição de abortos ocorre entre adolescentes de 15 a 19 anos
Segundo os autores do estudo, quase metade das gestações nos Estados Unidos não é planejada — 50% delas ocorrem pelo não uso de algum contraceptivo e os outros 50%, pelo uso errado ou irregular do método. "Gravidez indesejada continua a ser um grave problema de saúde no país, tendo maiores proporções entre as adolescentes e mulheres com menores níveis econômico e de escolaridade", diz Jeff Peipert, coordenador da pesquisa.
O estudo, desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, selecionou 9.256 mulheres de 14 a 45 anos que apresentavam maior risco de ter uma gravidez indesejada — ou seja, não faziam uso de nenhum anticoncepcional, tinham vida sexual ativa e não queriam engravidar.




Redução — Em um período de dois anos, a taxa de aborto entre as participantes oscilou entre 4,4 e 7,5 casos por 1.000 mulheres — uma taxa de 62% a 78% menor em comparação com o número de aborto registrado nos Estados Unidos no mesmo período, que foi de 19,6 procedimentos para cada 1.000 mulheres.
Quando os autores olharam apenas para a taxa de aborto entre as meninas de 15 a 19 anos de idade, eles descobriram que a redução do procedimento foi ainda maior. Entre as participantes do estudo dessa faixa-etária, a incidência de aborto foi de 6,3 para cada 1.000 adolescentes — 82% menor do que a média nacional para esse grupo.
"Os resultados desse estudo demonstram que é possível reduzir a taxa de gravidez indesejada e, consequentemente, de abortos no país. Acreditamos que a melhoria do acesso ao controle de natalidade, particularmente ao DIU e a implantes, e a educação sobre os métodos mais eficazes, têm potencial para que esse objetivo seja alcançado”, diz Peipert.

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